Tratar sem chorar é a principal regra durante as consultas da Susana Wilton. Para que o bebé receba convenientemente o tratamento, é fundamental que seja criado um ambiente de segurança e conforto, tanto para o bebé como para os pais presentes no consultório.
Se o bebé se sente desconfortável e chora em plenos pulmões, estará tenso durante o tratamento e coloca os pais em alerta máximo de proteção.
Tratar um bebé com um grau de hipertonicidade muscular e irritabilidade geral elevados, não lhe irá permitir incorporar qualquer tipo de informação terapêutica. Pelo contrário, uma experiencia desagradável e irritável vai ser contraproducente contribuindo para uma manutenção mais prolongada do problema.
A Osteopatia Pediátrica ajuda o bebé a ultrapassar e prevenir várias condições músculo-esqueléticas/funcionais. Ao contrário do que acontece nos adultos (grávidas, inclusivamente), que apresentam uma definição bem estabelecida da sua matriz de funcionamento neurológico (dermátomos e miótomos), os bebés e as crianças ainda estão a formar o seu mapa de informações motoras e sensitivas.
A avaliação osteopática deve ser tão precoce quanto possível, e é grande a rapidez com que são apreendidas e incorporadas as técnicas manuais de tratamento.
Nos bebés, a resposta ao tratamento é, na generalidade dos casos, rápida e eficaz precisamente porque estamos a atuar numa altura em que existe uma permeabilidade e recetividade muito grandes à nossa abordagem.
A experiência da consulta de Osteopatia Pediátrica tem de ser uma experiência positiva, quer para o bebé quer para os pais. Com isto, procura-se que o trabalho realizado produza efeitos terapêuticos duradouros e contribua, efetivamente, para equilibrar um “sistema que se desenvolve e edifica à velocidade de vários comboios expresso”. O toque terapêutico e o respeito pela condição de “bebé esponja” tem que estar presente em todos os momentos da consulta.
Por tudo isto, vamos tratar sem chorar. Vamos tratar para sorrir.
Referências bibliográficas:
- Carreiro, Jane (2009). Pediatric Manual Medicine An Osteopathic Approach. Churchill Livingstone Elsevier. Chapter 2: 13-25. ISBN: 978-0-443-10308.
- Moeckel, Eva, Mitha, Noori (2011). Textbook of Pediatric Osteopathy. Churchill Livingstone Elsevier. Section 2:247-250. ISBN: 978-0-443-06864-5
- Sergueef, Nicette (2011). Cranial Osteopathy for Infants, Children and Adolescents A Pratical Handbook. Churchill Livingstone Elsevier. Chapter 6:137-178. ISBN-10:0-443-10352-6.